Apresentação

Bem vindos! Prazer, meu nome é Elisa. Criei este blog para dividir esse maravilhoso mundo que são os contos japoneses. Histórias repletas de lindos ensinamentos e maravilhosas criaturas que muita gente desconhece. Uma cultura muito bonita que valhe dar uma espiada!

domingo, 4 de outubro de 2009

Kaguya Hime

Há muito, muito tempo, existia um velhinho e uma velhinha, que viviam juntos numa casa no meio da floresta. Eles eram muito pobres e solitários, pois não tinham filhos para criar. O velhinho era conhecido pelo nome de Cortador de Bambus, pois, todos os dias, ele saía cedo para cortar bambus na floresta. Os dois faziam cestas e chapéus para vender e ganhar algum dinheiro.

Um belo dia, enquanto estava na floresta, o velhinho avistou um broto de bambu, que brilhava, com uma luz muito intensa. Ele ficou espantado, pois, em anos e anos de trabalho, nunca havia visto algo como aquilo. Muito curioso, ele cortou o bambu e mal pôde acreditar no que viu. "Uma menina, uma menina! Tão pequena e tão linda, só pode ser um presente de Deus!".

Ele levou a pequena menina na palma de uma de suas mãos para casa. Ao ver a menina, a velhinha também ficou muito contente e eles resolveram que o nome dela seria Kaguya Hime (Princesa Radiante).

A partir daquele dia, o velhinho passou a encontrar outros bambus brilhantes na floresta. Mas, ao invés de uma menina, eles continham moedas de ouro. Assim, a vida do casal melhorou e eles não precisavam mais produzir cestos para sobreviver. Eles creditaram o milagre à chegada de sua linda filha.

Kaguya Hime crescia muito rápido e a cada dia parecia mais bonita. Em apenas três meses, ela já tinha o tamanho de uma criança de oito anos. Ninguém poderia acreditar que uma pessoa tão bonita pertencesse a este mundo.

Logo os comentários sobre a beleza da Kaguya Hime se espalharam e vinham jovens de todos os cantos do país para conhecê-la. Todos queriam se casar com Kaguya, mas ela não queria se casar com ninguém. "Quero ficar ao lado de vocês dois", dizia a jovem para seus pais. Mas cinco jovens nobres, de posições importantes, foram mais persistentes. Eles acamparam em frente à casa de Kaguya Hime e pediam uma chance a ela.

Preocupado, o velhinho chamou Kaguya e disse: "Minha filha, eu gostaria muito de ter você sempre por perto, mas acho justo que se case. Escolha um dentre os cinco rapazes que estão acampados aqui". Assim, a linda jovem decidiu. "Eu me casarei com aquele que me trouxer o objeto mágico que pedirei"

Um colar feito com os olhos de um dragão, um vaso feito com pedras dos deuses que nunca se quebra, um manto de pele de animal forrado de ouro, um galho que faz crescer pedras preciosas, um leque que brilha como a luz do sol e uma concha que a andorinha põe junto com seus ovos. Estes foram os objetos que Kaguya Hime pediu.

O velhinho levou os pedidos de Kaguya aos pretendentes acampados. Ele sabia que seria muito difícil conseguirem obter tais objetos. Qual não foi sua surpresa quando, ao final de alguns meses, todos os pretendentes trouxeram os presentes para Kaguya. Mas, quando eles foram obrigados a entregá-los a jovem, todos admitiram que os presentes eram falsos, pois conseguir os verdadeiros era uma missão muito difícil. E assim, nenhum deles obteve êxito.

Quatro primaveras haviam se passado desde que Kaguya fora encontrada no broto de bambu. Mas ela ficava mais triste a cada dia. Noite após noite, Kaguya Hime olhava para a lua, suspirando. Preocupado, o velhinho um dia perguntou: "Por que está tão triste minha filha?". "Eu gostaria de ficar aqui para sempre, mas logo devo retornar", disse a jovem." "Retornar, mas para onde? O seu lugar é aqui conosco, nunca deixaremos você partir", disse o pai aflito." "Este não é o meu reino, eu sou uma princesa de Reino da Lua e, na próxima lua cheia, eles virão me buscar".

Muito assustados com a reveladora confissão de Kaguya Hime, os velhinhos decidiram pedir ajuda ao príncipe do reino onde viviam. O príncipe ajudou e enviou muitos guardas para vigiarem a casa do casal. Um verdadeiro exército foi formado.

No dia seguinte, a temida noite de lua cheia chegou. A casa estava tão vigiada que parecia impossível alguém conseguir levar Kaguya Hime. De repente, uma enorme luz surgiu no céu, como se milhares luas estivessem presentes ao mesmo tempo.

A luz era tão intensa que ninguém conseguiu enxergar a carruagem que descia, guiada por um grande cavalo alado e muitas pessoas bem vestidas. Depois de algum tempo, quando a luz diminuiu, a carruagem já estava voando, em direção à lua. Kaguya Hime não estava mais presente, ela fora junto com a comitiva.

Os velhinhos ficaram muito tristes, inconformados. Voltaram ao quarto de Kaguya e encontraram um potinho, presente da filha querida. Ela havia deixado um pó mágico, que garantiria a vida eterna para os dois.

Mas, sem sua filha amada, os velhinhos não queriam viver para sempre. Eles recolheram todos os pertences de Kaguya e levaram para o monte mais alto do Japão. Lá, queimaram tudo, junto com o pó mágico deixado pela jovem. Uma fumacinha branca subiu ao céu naquele dia.

A montanha era o Monte Fuji. Dizem que até hoje é possível ver a fumacinha subindo e subindo.

Colaboradora:
Jornalista Erica Noda

Olá pessoas! Quanto tempo não passo aqui! Mais um conto ; )

sábado, 11 de julho de 2009

Momotaro - O menino que nasceu do pessêgo

Há muito tempo, em uma vila distante, vivia junto um casal de velhinhos. Num certo dia, o velhinho colhia gravetos de madeira na montanha e a velhinha lavava roupas no riacho. Enquanto esfregava as roupas, ela viu um pêssego enorme flutuando no rio e, com alguma dificuldade, conseguiu alcançá-lo.

Ela carregou o pêssego para casa, parando diversas vezes no caminho para descansar. O velhinho chegou em casa no final da tarde e ficou muito contente quando viu o enorme pêssego. "Que lindo pêssego, parece delicioso!", disse o velhinho. Quando se preparavam para fatiá-lo, o pêssego se mexeu. "Esta vivo, está vivo", disse a velhinha.

De repente, um pequeno menino saiu de dentro do pêssego. Estarrecidos, os dois ficaram olhando e examinando. Como não tinham filhos, eles ficaram muito contentes e resolveram adotar o menino. Decidiram que seu nome seria Momotaro.

O tempo passou e, quanto mais o Momotaro crescia, mais saudável ficava. Numa certa noite, ele ouviu conversas sobre os Onis, monstros que atacavam as aldeias e assustavam os moradores locais. Ele ficou tão bravo que tomou uma decisão: iria à Ilha dos Onis para combatê-los.

A princípio, seu pais ficaram muito assustados, mas gostaram de ver a coragem do filho. Apesar do medo que sentiam, os velhinhos preparam diversos bolinhos, os kibidangos, para Momotaro levar na viagem.

Na manhã seguinte, Momotaro partiu, levando consigo os kibidangos. No caminho, ele encontrou um cachorro. "Momotarosan, Momotarosan, por favor, dê-me um bolinho e eu irei com você enfrentar os Onis", disse o cachorro. Momotaro deu-lhe um kibidango e o cachorro partiu com ele.

Mais adiante, encontraram um macaco. "Momotarosan, Momotarosan, o que você leva neste saquinho?". "São kibidangos, os deliciosos bolinhos, os melhores do Japão"." Pode me dar um? Assim eu irei com vocês". E assim foi feito. Momotaro, o cachorro e o macaco seguiram o caminho juntos e, mais à frente, viram um faisão. Ele também pediu e ganhou um kibidango e assim seguiram em quatro.

Após uma longa jornada eles chegaram ao mar. Remaram e remaram, enquanto o faisão voava e indicava o caminho, pois o céu estava escuro e coberto de nuvens. Quando chegaram à ilha dos Onis, tudo parecia assustador, os portões do castelo eram grandes e escuros, havia névoa e o dia estava escuro.

O macaco, com toda sua agilidade, escalou o alto portão e o destrancou por dentro. Todos entraram no castelo e deram de cara com os horrendos Onis, que se levantaram e encararam os quatro. "Sou Momotaro e vim enfrentá-lo". Travou-se então uma grande luta. O faisão voava e, com seu bico afiado, feria os inimigos. O cachorro corria em volta do Onis e lutava com dentadas, enquanto o macaco utilizava suas unhas.

Finalmente, após muita luta, Momotaro e seus companheiros derrotaram os Onis. "Nunca mais vamos invadir as aldeias e prejudicar os moradores, nós prometemos. Por favor, poupe nossas vidas ", disse o chefe dos Onis.

Compreensivo e bondoso, Momotaro perdoou os Onis. Em troca, o chefe ofereceu-lhe os tesouros que eles vinham roubando das aldeias, eram moedas de ouro, pedras preciosas e outros objetos de grande valor. Momotaro retornou para casa e, quando seus pais o viram, não puderam acreditar. Ele estava salvo e carregava um grande tesouro, que foi dividido entre todos os moradores da aldeia.

Então, fiquem vocês com o primeiro conto que posto aqui. Antes de tudo quero dizer que tive essa idéia assim que eu cheguei em casa ontem. Meu irmão faz aula de japones e pegou um livro emprestado do curso que se entitula ... . Eu fiquei tao apaixonada pelas histórias e pela ilustração também que resolvi criar esse espaço. Espero que todos curtam!